Monday, November 9, 2015

Não


Não te quero! Nem a você, nem ao outro, nem àquele quarto ou quinto. São todos representações de amputações minhas. São todos símbolos de apontamentos de dedos na minha cara. Como poderia eu querer você?
Eu busco minha liberdade e não um calabouço com meu nome na porta. Busco uma companhia que me acompanhe, que seja ao mesmo tempo, em sinergia e luz. Alguém que não me peça concessões pois essas não são genuínas e não são verdadeiras. São julgamentos unilaterais e seletivos, onde se olha e não se vê, e ainda acima disso se esquece. Esquece-se que existem coisas a serem mudadas em você por você, mas acha-se que seu perdão de si próprio está em acusar o outro. Acontece que você e o outro que aqui sou eu, nós somos pano do mesmo tecido. Não existe acusação unilateral. Bem que você gostaria, certo? Eu também...
Vou ver a chuva...
Cada pingo de chuva é o mesmo pingo. Não se diferencia um do outro, é o mesmo pingo que repetidamente cai. É a mesma coisa igual e repetida, da mesma matéria, consistência e forma, cor e propriedade. Qualquer outra observação física te trará a mesma conclusão. A conclusão do tamanho da ilusão que se vê. Acredita-se que cada pingo é um pingo. Acredita-se que somos 2, e então que somos bilhões. Quão cegos conseguimos ser?
Falávamos sobre você, e sobre mim, e sobre o que iriamos ser se quiséssemos. Mas você não me quer. Você quer a ti e eu quero a Deus. Eu só queria que tudo isso já tivesse acabado e minha conexão com Ele já estivesse restabelecida. Assim eu não precisaria de você que sou eu, e não precisaria de mim pois eu já não seria incompleto. Seria um, cheio.
Eu vim aqui te dizer que sinto muito, mas não vou insistir.


v.g