Monday, September 2, 2013

Cinza esverdeado


É a onda do fim do dia, do relógio cansado.

Ah que saco de rotina que corre muito melhor do que eu. O dia é tão exaustivo como canto do mesmo passarinho que o anuncia. Pra onde vão os pássaros com tanto barulho que nós fazemos todos os dias? Eles já nem sabem mais.

O couro torcido do relógio que mencionei se mistura com o da pele que cansa e se desgasta. Morre a cada segundo, enquanto se alimenta do oxigênio ralo e poluído. É cinza! Mas as veias continuam verdes, bem verdes.

Corre nelas o sentir confuso. O ser que se perde o dia todo indo na direção que achou que deveria. E nunca chega, pois não há aonde se ir. Ir é sempre do lado de fora, enquanto dever-se-ia estar. Só estar.
Interrompido. Estou sempre inconstantemente me desdobrando. Metade pra cada lado e nada em lugar algum. Preciso sempre relembrar onde parei.


Alias, onde parei mesmo?

(v.g)