Monday, May 12, 2014

Madness


O silêncio da noite nunca mais tinha sido tão profundo,
A dor em mim nunca mais tinha sido tão visceral.
Você me dilacerou em cento e sete pedaços de dor.
Sua traição é cheia de ruídos,
Gemidos,
Abre a porta, vai ao banheiro, pega algo, fecha a porta.
É gélida a tortura.
Chineses bem instruídos aprenderão com você.
A música ridícula de elevador não cobre as intenções,
Os corpos,
As intimidades expostas,
O meu nojo.
Eu grito e viro de ponta-cabeça,
Mas não me movo.
Me choro em cada centelha divina do meu corpo.
Não conseguirei dormir esta noite.

Logo ali está o desfalque: aquele era meu amor!
Eu te deu, te entreguei, te expus, te dediquei.
Você teve tudo, você teve um poema.
E nessa madrugada atormentada,
Meu corpo desaparece na inundação.
É frio como seu coração;
Úmido feito seu lençol;
Ridículo como sua traição e essa música infernal.

Não posso te perdoar,
Não posso me perdoar.
Não posso dormir.
Não posso dormir.
Amanhã te olharei com outros olhos:
Você está corrompido.
É sangue sujo, mentiroso e vulgar,
Meu querido, você é banal.
Você é babaca.
Você tem um péssimo gosto musical.