Wednesday, August 28, 2013

Inquieto



As tuas promessas matinais são como pequenos elefantes divinos que se apresentam em ouro. É um recomeço com passarinhos. Eu me sinto abastecido pela sua pouca necessidade de combustível. Minha vida roda e sempre volta na mesma volta. Se põe e promete. Aquela tal de promessa de floresta. De fertilidade, de colheita e de linhas de chegada.

A consciência de que tudo existe e resiste. A consciência de que quero estar presente, só para sentir. Quero tanto me deixar sentir, quero tanto me libertar dos emaranhamentos que me prendem.

Veja você que eu me ponho aqui, sentado para expressar o que sinto, e então realmente fazer o que eu quero. Libertar é expulsar! Esses momentos parecem tão intensos que quase me mato para conseguir extrair uma palavrinha que seja. A vida se desdobra, toda aqui em cima de nós. Pobres de nós.

É um barulho que vem de cima e se move por baixo, bipolar e ensurdecedor. Se pensar que comecei falando de você, passei pela Índia, mostrei minha rotina, desabafei meus pesares e agora volto a falar de você, acho que isso deve ser suficiente para mostrar que não sei onde chegar.

Ah, que perigo esse de sair seguindo. Que perigo esse de se aventurar!

Estou ali, e aqui, e meu Deus, eu queria só estar!
Deixa-me, eu acho que preciso dessa encarnação inteira só para poder estar.

(v.g)