É a onda do fim do dia, do relógio cansado.
Ah que saco de rotina que corre muito melhor do que eu. O
dia é tão exaustivo como canto do mesmo passarinho que o anuncia. Pra onde vão
os pássaros com tanto barulho que nós fazemos todos os dias? Eles já nem sabem
mais.
O couro torcido do relógio que mencionei se mistura com o da
pele que cansa e se desgasta. Morre a cada segundo, enquanto se alimenta do oxigênio
ralo e poluído. É cinza! Mas as veias continuam verdes, bem verdes.
Corre nelas o sentir confuso. O ser que se perde o dia todo
indo na direção que achou que deveria. E nunca chega, pois não há aonde se ir.
Ir é sempre do lado de fora, enquanto dever-se-ia estar. Só estar.
Interrompido. Estou sempre inconstantemente me desdobrando.
Metade pra cada lado e nada em lugar algum. Preciso sempre relembrar onde
parei.
Alias, onde parei mesmo?
(v.g)
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